Como fazer o diagnóstico de crianças com dificuldade de aprendizagem?

O diagnóstico preciso é fundamental para que a criança receba o tratamento adequado ao seu problema e não fazer apenas análises clínicas que podem comprometer ainda mais o seu desempenho e garantir ao invés de sucesso o fracasso escolar. O que se observa ainda é que muitas vezes o profissional que acompanha a criança tem dificuldades de realizar adequadamente o diagnóstico por diversos fatores, e então passa a trabalhar em cima de suposições. O resultado é que a criança passa muitas vezes a ser rotulado pelos colegas e até mesmo por professores, sofrendo bullying, muitas vezes afetando a autoestima e outros problemas recorrentes que diminui sua probabilidade de sucesso. Autoestima essa que é peça fundamental no processo de ensino-aprendizagem.

Veja esse vídeo sobre bullying:

Toda esta problemática causa transtornos emocionais, ansiedade, condutas desordenadas e mais insucesso ainda, tornando um processo cíclico e cada vez mais difícil de chegar a uma solução.

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O ambiente físico escolar é de importância relevante não somente pela estética, mas ninguém se motiva, nem gosta de frequentar lugares feios e mal tratados, Freire lembra ainda que o espaço físico é correspondente a primeira “Leitura de mundo” que o aluno tem contato fora do ambiente familiar. As práticas pedagógicas são na verdade precursoras das práticas políticas devido ao fato de que, a partir do momento de que se tem uma leitura de mundo mais ampla, desenvolve-se a capacidade de crítica e de leitura e alonga-se a inteligência e percepção de mundo.

A percepção que se tem de mundo interfere na percepção da palavra, porém não poderá fornecer a continuidade da mesma leitura de mundo após a aquisição de novas informações adquiridas com a leitura, pois tanto a linguagem quanto a realidade se aprendem e se completam de forma dinâmica e progressiva.

Nenhuma mudança fundamental acontece gratuitamente, sem esforços, sem luta e sem conflito. Aí está também a dimensão política do ato educativo. Daí a necessidade do Projeto Político Pedagógico – PPP, processo no qual se registram tais demandas, criando movimentos favoráveis ao alcance das mudanças desejadas. Necessidades e desejos que mobilizam a ação e o desenvolvimento de processos profundamente pedagógicos.

Levando-se em consideração que “ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria” (FREIRE, 1997, p.160). Falando-se freirianamente a composição de eventos festivos na escola implica em incorporar a informalidade no currículo escolar. A busca pela articulação plena da escola esclarecida pela ótica de Paulo Freire é assim:

Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não posso ser professor a favor simplesmente do Homem ou da Humanidade, frase de uma vacuidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da lista constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo (FREIRE, 1996, p.115).

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